Se você possui uma câmera Canon T7 então você precisa ver esse vídeo antes de comprar seu próximo flash.
Já parou pra observar que as sapatas de todas as câmeras são iguais? Não exatamente iguais, mas elas possuem exatamente o mesmo tamanho.
Isso é uma herança da fotografia analógica, dos tempos em que os flashes tinham menos funções que hoje em dia.
Basicamente, naquela época a única função do flash era disparar sincronizado com o obturador da câmera.
Com o tempo, o flash passou a incorporar funções como luz auxiliar de foco, controle do zoom, medição TTL. Com isso, ele passou a precisar de mais pinos de contato. Surge então o flash dedicado.
Cada fabricante tem o seu próprio padrão de pinagem do flash. A função de cada pino varia e as posições são diferentes para não permitir que o usuário instale um flash do concorrente daquele fabricante.
Mas uma coisa todos têm em comum: a posição do pino central. Graças a ele é que hoje podemos operar flashes mais simples, como os flashes manuais YN560 III e IV (Yongnuo), TT560 (Greika) e TT600 (Godox) por exemplo.
Esses flashes servem em qualquer câmera, justamente pela posição do pino central, o único pino necessário para eles dispararem.
Mas o que acontece se você disparar um flash antigo em uma câmera moderna?
Os flashes antigos trabalhavam com tensões de 250 Volts no terminal de disparo. As câmeras analógicas eram preparadas para suportar essa tensão. Já as câmeras atuais vão queimar na primeira foto com uma descarga dessas.
E foi exatamente isso que alguns fotógrafos amadores desavisados acabaram fazendo, para a infelicidade deles.
O Poka-Yoke da Canon T7
Para impedir que o usuário queimasse a câmera a Canon implementou um sistema a prova de erros de usuário nos modelos de entrada, o chamado Poya-Yoke.
A solução foi simples: remover o pino central da sapata da câmera Canon T7.
Com isso, além de proteger o equipamento contra erros de operação, a Canon ainda conseguiu lucrar com isso, já que a partir de agora suas câmeras só funcionam com flashes originais.
E como ficaram os fabricantes paralelos?
A Godox saiu na frente. Conseguiu manter os seus flashes compatíveis via atualização de firmware.
Já a Yongnuo, até o momento ainda não apresentou uma solução. Mas é provável que siga pelo mesmo caminho e lance também uma atualização de firmware para os seus produtos.
Agora, se você tem a Canon SL3 ou a T7, não é possível usar flashes manuais de forma alguma, pois esses só possuem o pino central, que é o único que falta na sapata desses modelos.
No seu caso, a solução é disparar o seu flash fora da câmera, via rádio transmissor.
Felizmente a Canon ouviu as reclamações dos usuários e lançou a nova T7 Plus, agora com o pino central de volta no lugar. Dessa forma é o usuário que decide se vai usar a sua câmera com os flashes originais ou os paralelos.
Conclusão
Após essa consideração, podemos chegar à seguinte conclusão:
- Não compre equipamento por impulso: Nem sempre o equipamento mais barato é o ideal para você. Consulte as especificações técnicas no site do fabricante. Peça a opinião de pessoas que já possuem o produto e veja reviews sobre ele na internet. Dessa forma você vai tomar uma decisão de compra mais consciente e vai adquirir um produto que seja compatível com as suas necessidades.
- Leia atentamente o manual de instruções: Eu sei que a ansiedade por um produto novo é grande, mas parar um pouco para ler o manual pode te poupar de muitos prejuízos. A garantia do fabricante cobre apenas defeitos de fabricação. Danos causados por mau uso são de responsabilidade do usuário.
Com essas dicas eu tenho certeza de que vai aproveitar muito mais o seu equipamento fotográfico.
