Seja bem-vindo(a) à pagina do nosso projeto Drop Collision. Aqui vamos explicar em detalhes e também vamos trazer atualizações sobre o nosso projeto.
O que é o projeto?
Trata-se de um projeto de automação para criar fotografias de colisão de gotas de água em alta velocidade.
Abaixo alguns exemplos feitos por outros autores. As imagens contém link para o conteúdo original e o crédito aos autores está logo abaixo de cada foto.
Análise dos equipamentos disponíveis no mercado
Existem atualmente no mercado dois equipamentos sendo comercializados: o MIOPS e o PLUTO Trigger.
O MIOPS é um dispositivo dedicado, que tem como única função a produção de gotas para esse tipo de fotografia, disparando o flash e a câmera de forma sincronizada.
A vantagem é um sistema compacto, que em um único bloco já contém o reservatório, a válvula e o sistema de disparo.
Custo atual de US $169.00 ( R$ 873,44)
Já o PLUTO Trigger é um disparador multifunção, com aplicações diversas, inclusive com a função de captura de gotas.
Pela sua versatilidade, seu custo é mais elevado, na faixa dos US $179.00 (R$ 925,13)
Os valores apresentados têm como referência a cotação do Dólar americano em FEV/2023 e não consideram os custos com frete e impostos de importação.
Objetivos do projeto
- Criar um projeto de baixo custo em relação aos equipamentos comerciais importados, porém com a mesma funcionalidade
- Utilizar componentes disponíveis no mercado brasileiro
- Desenvolver um sistema que seja fácil de operar, não exigindo conhecimentos avançados de engenharia de software ou eletroeletrônica
Equipe
- Erico de Sá: fotógrafo e técnico em automação industrial responsável pela montagem e operação do protótipo.
- Gabriel Lima: engenheiro elétrico responsável pelo projeto do hardware e software
- Luiz Augusto Duarte: carpinteiro responsável pela construção do cavalete
- Martyn Currey: desenvolvedor do aplicativo e do projeto original usado como referência
Orçamento
Para esse projeto foi estimado um orçamento abaixo de R$ 500,00.
A receita para custear este projeto vem do programa de membros apoiadores do canal Lentes & Lentilhas no Youtube, onde os membros fazem contribuições mensais e recebem benefícios exclusivos.
Após a conclusão deste projeto será sorteado entre os membros ativos um quadro impresso com uma das fotografias feitas com o equipamento.
Prestação de contas
Abaixo a lista dos custos com o projeto até o momento (atualizada em 21/04/23)
- Compra dos componentes do hardware na loja Eletrodex: R$ 189,88
- Fonte de alimentação 24 VDC 3A: R$ 22,00
- Protoboard 830 pontos: R$ 22,00
- Válvula solenoide 2/2 vias conexão 1/4″ BSP: R$ 63,16
- Mangueira PU 6mm (2 m): R$ 8,00
- Espigão rosca 1/4″: R$ 21,00
- Cabo RCA: R$ 10,00
- Cabo P1 1,2m para disparo da câmera: R$ 19,90
- Tubos e conexões de PVC para o suporte: R$ 16,00
- Reservatório de água e conexões: R$ 38,96
- Projeto e fabricação da PCI: R$ 815,00
Custo total do projeto
- R$ 1225,00
Funcionamento
O sistema completo é formado pelos seguintes componentes principais:
Processador
O processador é responsável por receber o comando do usuário e acionar a válvula, o flash e a câmera de forma sincronizada. Para esse projeto foi selecionado o Arduino Nano.
Interface de comunicação
Componente responsável por receber o sinal do usuário via aplicativo de smartphone.
Opto acopladores
O opto acoplador é o componente responsável para enviar o sinal do processador até a câmera e o flash, sem que a corrente elétrica do circuito passe pelo equipamento fotográfico, protegendo assim a câmera e o flash de surtos de tensão que podem danificar o equipamento.
Transístor de potência
O transístor de potência é responsável por acionar a válvula ao comando do processador. Como o consumo de energia da bobina solenoide é alto, o uso do transístor tipo MOSFET protege o circuito e permite o rápido acionamento da válvula, sem atraso por acionamento mecânico, caso fosse utilizado um circuito a relé por exemplo.
Válvula
Válvula 2/2 vias simples solenoide com retorno por mola.
Alimentação da bobina em 12 VDC.
Conexões de 1/4″ BSP.
Foi usado engate rápido pneumático para o lado da alimentação e um espigão de latão no orifício de saída pra direcionar as gotas.
Não use espigão de plástico, pois ele não forma gotas perfeitas. Também evite ferro, pois oxida em contato com a água.
Quando comandada pelo processador, a válvula libera as gotas de água de forma sincronizada para criar o efeito desejado.
Lembre-se de limpar a válvula com água e detergente neutro após cada uso. Deixe secar antes de guardar.
Lista de peças
Software
Programa de automação que é carregado na memória do processador para executar os comandos do usuário.
Para desenvolver o software e fazer a transferência para o processador será usado o Arduino IDE.
Com o software instalado é possível enviar o arquivo com as instruções do programa para o processador.
No botão abaixo você baixar o arquivo de instruções pronto. Basta transferir para o Arduino via cabo USB:
Interface Homem Máquina
Ambiente onde o usuário insere os parâmetros e realiza os comandos.
Para a interface homem máquina será usado o aplicativo para Smartphone Android Drop Controller.
No momento, o aplicativo só está disponível na versão para smartphone Android. Baixe o aplicativo direto da loja no botão abaixo:
Componentes auxiliares
- Fonte de alimentação 12 VDC
- Resistores diversos
- Diodos
- LEDs
- Conectores
- Cabos e conectores
- Protoboard (placa de protótipo)
Pack de arquivos
Para facilitar o acesso aos arquivos você pode baixar o pack completo via Google Drive:
Na pasta de instruções há um arquivo com toda a sequência de instalação e onde os arquivos das pastas numeradas a seguir são usados.
Cavalete
Foi desenvolvido um suporte em tubo de PVC para fixar a válvula e o reservatório de água que a alimenta.
O tubo de PVC foi definido como material para construção do suporte por ser de fácil aquisição, custo baixo e também por ser fácil de manipular.
Para a construção do cavalete foram usados 2 metros de tubo de PVC de 1/2″ mais dois cotovelos 90 graus.
A base de madeira para fixação foi feita de material de reaproveitamento.
Reservatório
Foi usada uma garrafa PET com um engate rápido acoplado à tampa. Para facilitar o abastecimento foi removido o fundo da garrafa.
Abaixo você vê o teste de estanqueidade das conexões e a válvula em funcionamento.
Liquido
Para aumentar a viscosidade da água foi usado um espessante chamado Goma Xantana, que pode ser encontrado facilmente em lojas de materiais para confeitaria.
O objetivo é deixar a água um pouco mais densa para melhorar o aspecto do efeito da colisão, produzindo um domo mais largo.
A proporção recomendada é de 1/2 colher de chá de Goma Xantana para cada litro de água morna. Para ajudar a dissolver, bata por alguns minutos no liquidificador. Espere a mistura esfriar antes de usar.
Para deixar o líquido mais turvo acrescente uma pequena quantidade de leite, mas apenas no líquido que fica no reservatório de baixo (o que vai receber as gotas).
Para o reservatório que abastece a válvula, use somente a mistura de água e espessante e algumas gotas de corante líquido se desejar. Não use corantes em pó, pois os grãos não dissolvidos podem fazer a válvula enroscar.
Funcionamento
Descrição do funcionamento
- Parâmetros iniciais
O usuário deverá definir os parâmetros de acionamento da válvula para gerar as gotas e também o tempo de espera para acionamento do flash e da câmera
- Primeira gota
A partir da primeira gota tem início todo o processo. As demais etapas são definidas a partir do acionamento da primeira gota.
- Segunda gota
Deve atingir a coluna de água formada pela queda da primeira gota no reservatório, criando o efeito de coroa desejado.
- Trigger da câmera
Tempo de acionamento para disparar a câmera antes da colisão das gotas. Pode-se configurar o disparo no modo Bulb para não perder o sincronismo
- Trigger do flash
Tempo de acionamento do flash para congelar o movimento. Recomenda-se o uso de speedlight, pois geralmente possuem um disparo por IGBT, um componente eletrônico que permite um disparo ultra rápido da luz para otimizar o efeito de congelar o movimento.
Para intensificar o efeito da colisão, usa-se goma xantana como espessante na água. também pode-se fazer efeitos criativos com leite e corante alimentício.
Diagrama elétrico
Para o nosso projeto vamos usar uma versão simplificada do dropController V3, com apenas uma saída de válvula, uma para o flash e outra para a câmera.
O diagrama elétrico pode ser baixado na figura abaixo:
Próximas etapas do projeto
Seleção da válvula Teste de funcionamento dos componentes Montagem do protótipo Validação do software Teste de comunicação Construção do cavalete Produção das primeiras fotografias Elaboração do circuito impresso Soldagem dos componentes Montagem em gabinete
Sequência de operação
- Selecionar a opção de 1 gota no aplicativo
- Ajustar o tempo do trigger do flash e da câmera até que a área fotografada esteja iluminada corretamente
- Ajustar o trigger do flash até registrar a gota caindo no líquido
- Aumentar aos poucos o trigger do flash até conseguir registrar a coluna formada pela queda da primeira gota
- Selecionar a opção de 2 gotas no aplicativo
- Ajustar o delay da gota 2 até conseguir registrar a colisão
Configurações de exposição
Material usado:
- Câmera Canon EOS 70D
- Objetiva Canon EF 24-105mm F1:4 L IS USM
- Flash Godox TT685
- Difusor parabólico 7″
- Flashmeter Sekonic L308-X
- Rebatedores de cartão branco
Para o flash foi usado um refletor parabólico de 7″. A ideia de usar um refletor aberto é poder trabalhar com o flash na carga mais baixa possível. Dessa forma, ganha-se profundidade de campo e o efeito de congelar o movimento é intensificado.
Para a série de fotos foi usado o flash com carga de 1/16 e zomm em 200 mm.
O disparo do flash foi feito direto pelo processador, ligado à entrada P2 na lateral do flash.
Apesar de ser usado o flash direto, a luz não ficou dura, pois o objeto fotografado é muito pequeno em relação ao tamanho da área de luz do flash.
Já em relação à câmera foi usado ISO 100, diafragma 11 e 1/10 de tempo de exposição.
O tempo de exposição elevado se justifica pelo fato de que é o flash que faz o efeito de congelar o movimento e é disparado pela saída digital do processador e não direto pela câmera.
Dessa forma fica mais fácil sincronizar a abertura da cortina com o disparo do flash.
A câmera também é disparada pelo processador de forma automática, usando um cabo P1 ligado à entrada do disparador (ver foto). Por isso foi necessário cravar o foco manualmente antes.
Foi colocado um palito de madeira na saída do espigão da válvula para direcionar o local exato da queda da gota no reservatório inferior. Com isso foi possível cravar o foco previamente.
Fotos
Abaixo uma seleção das fotos obtidas nas primeiras sessão do projeto.
Foi feito um teste usando um filtro close up, mas descartamos essa possibilidade devido à má qualidade das imagens.
Todas as fotos feitas usando a Canon EOS 70D.